Fraunhofer Portugal was mentioned on the news regarding its participation in Health Cluster Portugal. You can read an excerpt of the original text (in PT) here:
Cluster da saúde terá "selo" oficial do Governo até ao final do ano
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Quatro maiores firmas do mundo peritas em registo de patentes e transferência de tecnologia admitem trabalhar com o projecto português fundado em Abril, que conta já com 71 membros.
O Health Cluster Portugal (HCP) deverá receber até ao final do ano o selo que o identifica como um dos pólos de competitividade temáticos - no caso, o da saúde - reconhecidos pelo Governo. Apesar do atraso na abertura das candidaturas ao pacote de fundos previstos para estas estruturas, o gestor do Programa Operacional Factores de Competitividade, Nelson Souza, garantiu esta semana aos associados do HCP que o processo poderá ser entregue ainda antes de Agosto, permitindo que, até Dezembro, seja feito o reconhecimento institucional desta entidade que, logo à nascença, em Abril, conseguiu uma abrangência que surpreendeu os seus fundadores e o próprio executivo.
Entre universidades, centros de investigação, hospitais, empresas farmacêuticas, de serviços e da área do fabrico de dispositivos médicos, neste momento o cluster português da saúde tem 71 membros efectivos e um conjunto de indicadores invejável. Dois mil doutorados - quatro quintos dos existentes no país - trabalham nas instituições de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e empresas associadas. Estas últimas empregam cinco mil pessoas, a maioria delas qualificada, e representam um volume de negócios superior a mil milhões de euros, numa estimativa que peca por defeito, já que não inclui a facturação dos grupos de saúde privados, por exemplo. No caso dos hospitais públicos e privados aderentes, a direcção executiva do HCP preferiu destacar a sua representatividade, que se cifra já nas 9000 camas e mais de 8000 médicos.
Sete entidades têm a sua candidatura em análise pelo HCP, que recebeu declarações de interesse de outras vinte, entre elas o instituto que a prestigiada sociedade Fraunhofer está a constituir em Portugal (ver caixa). Vice-presidente do cluster português e um dos fundadores do Medicon Valley Association (MVA), um cluster com objectivos semelhantes criado há uma década entre duas regiões da Dinamarca e da Suécia, Per Belfrage destaca uma vantagem no caso português: "O cluster abrange todo o país. E isso é raro", notou. O presidente do HCP, Luís Portela, admite que a dimensão conseguida logo à partida talvez ajude a explicar a "surpreendente" adesão imediata de algumas das multinacionais farmacêuticas, ao contrário do que aconteceu no caso escandinavo, em que estas só entraram no MVA depois dos primeiros resultados.
O acesso às redes internacionais das multinacionais é fulcral para o sucesso do HCP, cujo desafio é conseguir que esta plataforma potencie contactos entre os associados e parcerias em novos projectos de desenvolvimento de produtos e serviços na área da saúde. Para isso, mais do que o selo do Governo, o cluster precisará do apoio dos fundos europeus: para a promoção externa do potencial português nesta área; e para a contratação de um gabinete de protecção de propriedade intelectual e transferência de tecnologia entre universidades e empresas. Duas das debilidades do país que foram transformadas em duas das principais tarefas da organização, que as inscreveu no plano de actividades aprovado por 41 membros efectivos na primeira assembleia-geral que decorreu na quinta-feira, no Porto.
HCP na Internet
Fraqueza assinalada por todos os especialistas que se debruçam sobre a realidade portuguesa - como é o caso de Per Belfrage (ver entrevista nestas páginas), ou Sobrinho Simões, vice-presidente do HCP e director de um dos melhores centros de investigação portugueses, o IPATIMUP -, a transferência de tecnologia e o registo de patentes deverão ser assessoradas por um dos maiores gabinetes mundiais que se dedicam a essas tarefas. Seguindo, aliás, experiências internacionais, como a do próprio Medicon Valley, replicadas em Portugal com sucesso, pela Bial de Luís Portela, o presidente do HCP.
Pelo que o PÚBLICO apurou, quatro dos maiores escritórios com trabalho na área já se mostraram disponíveis para estudar um contrato com o cluster português que, não garantindo serviços grátis aos associados, permitirá que usufruam deles a preços comportáveis.
A comunicação externa do Health Cluster Portugal apoiar-se-á no reconhecimento internacional de Per Belfrage, com a liderança do MVA, que transformou a região escandinava de Oresund no espaço europeu com maior capacidade de atrair investimento directo estrangeiro na área das Ciências da Saúde.
O ainda presidente do Medicon Valley mostra-se entusiasmado, mas avisa que, antes de começar contactos com outras instituições congéneres, o HCP deverá ter disponível, on-line, um retrato fiel dos seus associados que dê a conhecer a sua dimensão e capacidade, as áreas de investigação e desenvolvimento e os projectos em que estão envolvidos. Um trabalho que o director executivo do cluster, Joaquim Cunha, espera concluir nos próximos meses.
O braço português da Sociedade Fraunhofer, o primeiro instituto de I&D que a prestigiada instituição alemã abre fora do país, será um dos próximos membros do Health Cluster Portugal, que deverá este ano chegar à centena de associados (ver lista completa em www.healthportugal.com). Dirk Elias, director do Fraunhofer Portugal, com sede no Porto, explicou ao PÚBLICO que a adesão está apenas pendente de aspectos burocráticos, relacionados com a própria definição jurídica do centro alemão no nosso país. "A área da saúde também é uma das prioridades do Fraunhofer", notou Elias, destacando a utilidade de pertencer a uma rede que lhe dá acesso às múltiplas competências. A entrada deste instituto no cluster abre portas a eventuais parcerias com outros associados no desenvolvimento de soluções em campos como o da mobile health (que inclui aspectos como o da monitorização de doentes fora do universo hospitalar) já eleito como um dos temas de trabalho do HCP.
O ainda presidente do biocluster sueco-dinamarquês Medicon Valley, e antigo reitor da Universidade de Lund, aceitou ser o rosto internacional do Health Cluster Portugal. O sucesso do projecto que transformou as margens do estreito de Oresund, na Escandinávia, num íman para o investimento na área das Ciências da Saúde fez de Per Belfrage uma figura cobiçada por países que estão a desenvolver este tipo de organizações, mas este sueco de 68 anos decidiu adiar a reforma para enfrentar o "desafio" de vender o cluster português lá fora. Garante que neste rectângulo ocidental da Europa, potencial é coisa que não falta.
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Source: 29.06.2008, Jornal Público